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Fabio Serrão Franco

Psicanálise

A Psicanálise é uma abordagem de tratamento mental baseada na observação de que os indivíduos muitas vezes desconhecem os fatores que determinam suas emoções e comportamentos. Estes fatores inconscientes podem ser fonte de considerável sofrimento e infelicidade, por vezes sob a forma de sintomas reconhecíveis e, por outras, como preocupantes traços de personalidade, dificuldades no trabalho e/ou em relacionamentos amorosos, assim como distúrbios de humor e de autoestima.

 

Pelo fato destas forças serem inconscientes, os conselhos de amigos e familiares, a leitura de livros de autoajuda, ou até mesmo os mais determinados esforços de vontade, muitas vezes não conseguem proporcionar o alívio almejado. A Psicanálise, como técnica de tratamento, é baseada em conceitos relativos a processos mentais inconscientes, originalmente desenvolvidos por Sigmund Freud e, posteriormente, por um número considerável de psicanalistas.

 

O processo psicanalítico pode revelar como esses fatores inconscientes afetam o relacionamento atual e os padrões de comportamento. Isso ocorre através do rastreamento de suas origens históricas e da demonstração do modo como eles se desenvolveram ao longo do tempo, assim como o modo como se mostram na atualidade, o que ajuda o indivíduo a lidar melhor com a vida adulta.

Filiação institucional

Em 1902 Freud convidou quatro homens (Stekel, Adler, Kahane e Reitler) para encontrá-lo a fim de discutir seu trabalho. Eles formaram o que chamaram de Sociedade Psicológica das Quartas-Feiras, já que encontravam-se semanalmente neste dia. Em 1908 havia 14 membros e o nome do grupo foi mudado para Sociedade Psicanalítica de Viena; foi neste ano que Ferenczi juntou-se a eles. Além dos membros, participavam também algumas pessoas que mais tarde se tornaram importantes para a psicanálise, como Eitingon, Jung, Abraham e Jones, cada um dos quais mais tarde se tornou presidente da IPA.

Em 1907, Jones visitou Jung em Zurique. Nessa época ele ainda não conhecia Freud pessoalmente, mas já havia se familiarizado com seus escritos e vinha praticando a técnica psicanalítica com seus pacientes em Londres desde o final de 1906. Foi Jones quem sugeriu a Jung que deveria ser organizado um encontro internacional para reunir colegas de vários países, a fim de discutir o interesse comum na psicanálise. Em vista disso, pode-se afirmar que Jones foi o homem que apresentou pela primeira vez a ideia que deu origem à International Psychoanalytical Association (IPA).

Freud acolheu favoravelmente a proposta, e foi ele quem escolheu Salzburg como o melhor lugar para a reunião. Jones sugeriu o título de “Congresso Internacional de Psicanálise”, mas Jung decidiu chamá-la de “Primeiro Congresso de Psicologia Freudiana”. Essa reunião um tanto informal é agora reconhecida como o primeiro Congresso Psicanalítico Internacional, embora a Associação Internacional não houvesse ainda sido fundada.

Foi durante essa reunião em Salzburg, em 27 de abril de 1908, que a ideia de uma Associação Internacional foi discutida e acordada. O próximo Congresso foi realizado em Nuremberg em março de 1910, e foi nesse congresso que a Associação Psicanalítica Internacional (IPA) foi fundada.

A Sociedade Brasileira de Psicanálise de São Paulo existe desde 24 de novembro de 1927, tendo sido a primeira sociedade psicanalítica da América Latina. Foi a primeira Sociedade brasileira a ser reconhecida pela Associação Psicanalítica Internacional, da qual é membro componente, assim como é da Federação Psicanalítica da América Latina e da Federação Brasileira de Psicanálise. A Sociedade de São Paulo busca manter o pluralismo psicanalítico teórico-clínico, a interação de psicanalistas com orientações diversas e também estimular férteis diálogos com outras áreas do conhecimento e da cultura. Mantém um notável fluxo científico e permanente de publicações, como o Jornal de Psicanálise e a Revista Ide.

Fabio Serrão Franco
Fabio Serrão Franco
Fabio Serrão Franco
Fabio Serrão Franco
Fabio Serrão Franco
Fabio Serrão Franco

Quando procurar um psicanalista?

Todas as razões usuais que levam alguém a consultar um profissional de saúde mental são boas razões para ver um psicanalista, inclusive para realizar uma avaliação mais detalhada de seus problemas. Isso inclui sintomas e sentimentos de ansiedade, depressão, ataques de pânico, obsessões e compulsões. Traços de personalidade que dificultam a vida privada ou profissional também são muito propícios a serem compreendidos e tratados por um psicanalista treinado.

Talvez você tenha problemas em situações de trabalho e perceba que possui padrões repetitivos de decepção em relacionamentos pessoais; não se dá bem com seu chefe ou colegas de trabalho; parece letárgico e não conectado com amigos ou colegas; apresenta queixas físicas que podem ser manifestações de conflito emocional subjacente; ou encontra dificuldades para lidar com perdas pessoais e transições. Estes são exemplos de situações em que a consulta a um psicanalista pode ser extremamente útil.

Os problemas não têm necessariamente de ser severos para justificar a busca por uma primeira entrevista. Muitas pessoas, por exemplo, podem ser altamente funcionais no trabalho e em casa, mas vivenciando severos problemas dentro de si.

A psicanálise ajuda as pessoas a resolver distúrbios mentais e conflitos internos e a aumentar a autocompreensão e liberdade.

As pessoas usualmente gostam de fantasiar que a vida é fácil e que podemos criar um mundo perfeito ao nosso redor. Porém, a realidade é que a vida é repleta de altos e baixos.

Há momentos na vida em que precisamos da perícia de um contador ou planejador financeiro quando estamos implicados em como garantir o nosso futuro econômico. Em outros momentos, algumas observações feitas por um profissional sobre questões pessoais podem ser inestimáveis para enfrentar os obstáculos que encontramos para vivenciar um sentimento de liberdade emocional sobre nossas vidas.

É importante entender que é usual precisar de alguma ajuda para fazer o nosso caminho ao longo da vida. O discernimento, compreensão e perspectivas que podem ser obtidos através da terapia pode ser determinante para o nosso sentido de autonomia pessoal e realização.

A psicanálise é frequentemente indicada quando outras terapias menos intensivas não conseguiram alcançar os resultados desejados. Ela realmente oferece algo diferente e mais abrangente, e é uma boa técnica para buscar quando os sintomas permanecem ou os padrões comportamentais ou de relacionamento continuam após uma ou duas tentativas de outras psicoterapias menos intensas.

Como o tratamento psicanalítico funciona?

O tratamento psicanalítico baseia-se na ideia de que as pessoas são frequentemente motivadas por desejos e desejos não reconhecidos (inconscientes). Esses desejos podem ser identificados através da relação entre paciente e analista: ao ouvir as histórias dos pacientes, fantasias e sonhos, bem como discernir sobre como o paciente interage com os outros, o psicanalista oferece uma perspectiva única que os amigos e parentes podem ser incapazes de ver.

O analista também escuta as maneiras pelas quais esses padrões ocorrem entre o paciente e o analista. Falar com um psicanalista treinado ajuda a identificar padrões e comportamentos problemáticos subjacentes. Ao analisar esses padrões, podem-se descobrir caminhos para a liberdade emocional necessária para fazer mudanças substanciais, duradouras, e curar de traumas passados.

Tipicamente, a psicanálise envolve o paciente, que vem diversas vezes em uma semana, e lhe possibilita comunica-se tão aberta e livremente como possível. O divã, que se tornou tão entrelaçado com a imagem pública da psicanálise, não é mais uma exigência para o tratamento. Enquanto muitos analistas e pacientes acham que o divã é benéfico e ajuda os pacientes a relaxar e ser mais aberto, outros sentem que um arranjo cara-a-cara funciona melhor para eles.

Fabio Serrão Franco
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Psicólogo Fabio Serrão Franco
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